Dilma também avisou ao vice-presidente, Michel Temer, que ela, pessoalmente, deve se afastar das disputas
Brasília. Em reunião com ministros, líderes e presidentes dos partidos aliados, a presidente Dilma Rousseff (PT) avisou que o governo não vai se meter nas eleições municipais de outubro e que não vai aceitar o uso da máquina pública para campanha de quem quer que seja.
Brasília. Em reunião com ministros, líderes e presidentes dos partidos aliados, a presidente Dilma Rousseff (PT) avisou que o governo não vai se meter nas eleições municipais de outubro e que não vai aceitar o uso da máquina pública para campanha de quem quer que seja.
Segundo deputados e senadores, Dilma também avisou ao vice-presidente, Michel Temer, que ela, pessoalmente, deve se afastar das disputas. A posição foi tomada após conselho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que quer evitar problemas com partidos da base aliada. Durante o recado da presidente, um deputado chegou a brincar: "isso vale para o Lula também?". Dilma não respondeu e seguiu com o relato.
"O governo não quer se meter e nem vai aceitar o uso da máquina nas eleições", resumiu o líder do PT, Jilmar Tatto (SP). "Ela deu o recado de que as eleições não podem dividir a base aliada e que não permitirá que a base seja usada para beneficiar qualquer partido", explicou o ex-ministro do Trabalho e presidente do PDT, Carlos Lupi.
A principal preocupação do presidente Lula é que a disputa de São Paulo influencie na aliança nacional entre PT e PMDB. Na capital do Estado, os dois partidos contam com candidatos considerados fortes: Fernando Haddad (PT) e Gabriel Chalita (PMDB).
"A presidente não vai entrar na eleição nem pedir voto para nenhum candidato. Ela disse que há muita disputa entre os aliados e que não vai se envolver (nas eleições)", afirmou o deputado Hugo Leal (PSC-RJ).
A decisão da presidente agradou aos partidos da base que são adversários do PT nos municípios. "É uma sinalização que tranquiliza os partidos aliados que estavam receosos de que o PT pudesse ser beneficiado no pleito eleitoral", afirmou o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).
Ainda no encontro na manhã de ontem, a presidente fez questão de bater na tecla da importância da gestão em serviços públicos. Segundo participantes, ela usou a expressão "o olho do dono que engorda o gado" para justificar as viagens que fará pelo país fiscalizando obras.
Código
A presidente também avisou que pretende fazer, a partir do mês que vem, encontros separados com as bancadas partidárias. A ideia é fazer uma aproximação de todos os deputados e senadores, não só dos líderes, para facilitar a aprovação de projetos considerados essenciais, como o Código Florestal, Lei Geral da Copa e a proposta que cria o fundo de previdência complementar do servidor público.
A presidente Dilma disse ainda aos aliados que pretende ver aprovados neste ano todos esses projetos e as medidas provisórias enviadas pelo governo ao Congresso Nacional.
Ontem à tarde, líderes partidários se reuniram com o presidente do Senado José Sarney para definir uma agenda de prioridades na Casa. Alguns projetos, como o que trata da redução da maioridade penal, o da reforma política e o que prevê referendo sobre mudança no sistema eleitoral devem ser priorizados.
Movimento da PM preocupa, diz Ideli
Brasília. O governo federal minimizou ontem o peso da Proposta de Emenda Constitucional 300 (PEC) que prevê um piso nacional para a polícia- na articulação do movimento de greve de policiais militares.
"Há uma preocupação, obviamente, de todos nós, com esta situação", afirmou a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, após reunião do conselho político no Planalto.
"Agora, fica bastante claro que isso não se restringe a uma votação de uma PEC, não se restringe ao debate do direito de greve", afirmou.
"É um debate que precisa ser aprofundado no próximo período", disse a ministra.
Ameaças
O governo federal monitora a situação em Estados onde há ameaça de greve, mas pondera, que com o fim da greve na Bahia, o movimento foi enfraquecido. no Rio. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, chegou a afirmar que os crimes e os atos de vandalismo que teriam sido praticados por policiais militares durante a paralisação também afastaram o interesse das polícias de outros Estados.
Segundo Ideli, durante a reunião do conselho político, um dos líderes da base sugeriu ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), que realize reuniões com os governadores para tratar da PEC 300.
No Rio, além do comando da Polícia Militar abrir processo interno contra 73 policiais, o governo do Estado vai encaminhar à Justiça pedido para que os policiais e bombeiros presos em Bangu 1 sejam encaminhados para presídios militares.
O cabo da Polícia Militar Jeoas Nascimento, que participou do comando da greve da PM baiana, foi preso ontem em Natal (RN). Ele é vice-presidente da Associação Nacional de Praças. Com mais 11 pessoas, ele estava com a prisão decretada desde o dia 3 de fevereiro.
Postada:Gomes Silveira
Fonte:Matéria extraida do Portal Diário do Nordeste
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